segunda-feira, 3 de março de 2014

Considerações sobre a preparação visando ao próximo concurso para AFT - 2ª parte



Caro aluno, 

Há algum tempo escrevi um artigo com algumas considerações minhas sobre a preparação visando ao próximo concurso para Auditor-fiscal do Trabalho. Se você não o leu, e tem interesse em fazê-lo, clique aqui. Como continuei recebendo vários e-mails sobre o assunto, escrevo esta continuação do referido artigo para esclarecer o que penso a respeito de mais alguns aspectos que envolvem a preparação dos futuros AFTs. 

A grande encruzilhada para os concurseiros que pretendem dedicar seu tempo à preparação para o concurso de AFT é o modelo de preparação a adotar: “estilo Cespe” ou “estilo ESAF”? 

Como mencionado no artigo anterior, penso que não é hora de enfrentar esta decisão, simplesmente porque é muito cedo para elucubrar sobre a organizadora do próximo concurso. O último certame evidenciou que a banca somente é escolhida, de fato, bem depois da autorização para realização do concurso. E nem poderia ser diferente, em primeiro lugar porque a escolha da banca depende de fatores e circunstâncias contemporâneos à realização do concurso, e, em segundo lugar, porque a Administração não vive em função de concursos, ao contrário do que muitos podem supor e/ou desejar. Assim, somente se fala concretamente em concurso nos bastidores do órgão depois da autorização do MPOG. 

Qual seria, então, a solução para o problema? Estudar o “estilo Cespe” e o “estilo ESAF”, para garantir? Penso que não seja exatamente este o caminho! Alguém já parou para pensar que a banca organizadora do próximo concurso pode não ser o Cespe nem a ESAF? Que poderia ser a FCC, a FGV, ou qualquer outra? “Ah, professor, mas de onde você tirou essa ideia? Isso é terrorismo!” Ora, estamos apenas conjecturando. Não tenho nenhum interesse em plantar notícias e/ou “fazer terrorismo”, pelo contrário, eu vivo nadando contra a correnteza.

Até o anúncio do Cespe como organizador do último concurso tínhamos uma grande expectativa no sentido de que a banca seria a ESAF. Por quê?  Porque os últimos três concursos, ou seja, todos os concursos para AFT realizados no século XXI, haviam sido organizados por esta instituição. Parecia existir certo “casamento” do órgão com a banca. Deu no que deu: centenas (senão milhares) de candidatos passaram dois ou três anos comprando cursos e se condicionando para o “estilo ESAF”, e o MTE simplesmente trocou a organizadora. 

Diante do exposto, entendo que cabe ao candidato, neste momento, investir no estudo genérico, mas completo, de cada uma das matérias principais e, se for possível, também das periféricas. Sem preocupação com a banca A, B, ou C. Estude a teoria por uma fonte completa, que abranja todo o conteúdo da disciplina, e faça exercícios de todas as bancas. Assim você estará se preparando inclusive para o Cespe e para a ESAF, mas não só para elas. Além de te dar muito mais segurança em relação ao conteúdo apreendido, servirá para eventuais concursos similares que venham a surgir ao longo da sua caminhada. 

Menciono, como exemplo, o estudo da extinção do contrato de trabalho. Em um curso “estilo ESAF” eu falaria praticamente só de formalidades rescisórias, que sempre foi a preferência desta banca sobre o tema. Já para um curso “estilo Cespe” eu concentraria a exposição nas modalidades rescisórias e seus efeitos, bem como nas garantias de emprego. Ocorre que a FCC, por exemplo, costuma explorar as hipóteses de justa causa e sua caracterização doutrinária, o que não seria suficientemente explorado num curso “estilo ESAF” e/ou “estilo Cespe”.  Por sua vez, um bom livro sobre a matéria trata de todos estes aspectos, pelo que te dará todos os elementos necessários para enfrentar com sucesso qualquer prova sobre o tema. 

O estudo focado em determinada banca faz (muito) sentido quando ela já é conhecida. Do contrário, não vejo qualquer razão para este tipo de investimento. A minha orientação é esta: preocupe-se, agora, em aprender Direito do Trabalho, SST, Direito Administrativo, Direito Constitucional, e tudo o mais que você conseguir incluir na sua grade de estudos. Mais adiante, quando a banca for conhecida, aplique o estilo dela na revisão do conteúdo. 

Forte abraço e bons estudos!

Ricardo Resende



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